Uma das publicações que registei esta semana foi da Magda Gomes Dias, a.k.a. Mum´s the Boss. Fez-me lembrar uma amiga que está sempre a dizer que "as misérias dos outros são uma fonte inesgotável de alegria para nós!". É importante referir que por misérias entendemos não as coisas realmente más que nos acontecem na vida, nem os maus momentos pelos que passamos. Misérias para nós é, por exemplo, escorregar em plena Baixa Pombalina, em hora de ponta, e bater com o rabiote no chão, é dizer coisas nos momentos menos apropriados, é ter um ataque de riso num momento solene, entre outras. Eu tenho tantas misérias dessas que agora nem me lembro de mais exemplos (mas todas as que referi são pessoais...).
Eu tenho a sorte de me rever nas palavras escritas pela Magda. Tenho amigos de todos os tipos que ela refere e acho que também é essa diversidade que faz com que eu seja a pessoa que sou. Também há amigos que são como família e por isso o seu papel fica reforçado.
Deixo aqui este texto para todos os meus amigos e para os familiares também ;) Penso que cada um deles se irá identificar em determinada palavra ou "categoria". E espero que também eles me reconheçam nesses papéis: mais próxima, mais afastada, silenciosa ou a fazer grande barulheira, da risota ou dos momentos sérios, da brincadeira ou quando é preciso "puxar uma orelha", das secas, das coisas giras, das viagens na maionese e seguramente, das misérias, boas e menos boas. Tudo isto e sempre amiga.
Sugiro que depois de lerem este texto o partilhem com os vossos amigos ou então peguem no telefone e liguem, mandem mensagem, escrevam um postal, enviem um pombo correio, marquem um jantar ou um café ao final da tarde. Qualquer coisa! Ou então, pura e simplesmente, da próxima vez que estiverem juntos, lhes dêem um abraço daqueles bons!
"Este é o Martin Seligman e aquele que é considerado o pai da Psicologia Positiva. E hoje dizem que é o dia internacional do amigo. E o Martin diz que são os amigos o factor que maior felicidade nos traz na vida. Será?
⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Diz ele que não é o dinheiro (que ajuda, claro!), não é o status social, nem mesmo a saúde ou a família. São os amigos. Os bons amigos, os que nos deixam ser e os que respeitam quem somos. Os que estão lá para celebrarem os nossos sucessos e também aqueles que estão lá nos momentos mais difíceis. Aqueles que nos acompanham e fazem o caminho connosco, de mãos dadas e em silêncio, se for preciso. Tudo se torna menos difícil quando podemos caminhar acompanhados, nem que essa companhia seja uma sombra que está discretamente presente.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ E, como tudo, os amigos podem também ser motivos de problemas e de discórdia. Valham-nos os bons amigos para nos ajudarem a equilibrar esses momentos mais difíceis.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Há amigos para tudo - para as brincadeiras e saídas divertidas. Para as conversas boas e sérias. Para falar de projectos. Os amigos das corridas, dos copos e das leituras. Os amigos do trabalho e os pais dos amigos dos nossos filhos. Ou os amigos dos nossos pais. E há aqueles amigos que estão lá longe mas que parece que sempre estiveram perto, mesmo quando já não os vemos ou falámos há 7 anos. ⠀
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ E para ti, o que é a amizade? Estás de acordo com o Martin?"
Esta imagem tem muito pouco a ver como que vou contar de seguida. Mas representa coisas bonitas que não quereria deixar para trás. Por isso é adequada.
Tenho por hábito olhar para trás sempre que saio do metro, do autocarro, de um táxi, de um café ou restaurante, de um sítio público em geral. E porquê? Porque esse pequeno hábito faz com que eu não perca coisas. Não me esqueço da marmita no autocarro, não perco o passe se ele me tiver caído do bolso, não deixo um livro na mesa do café, ou os óculos de sol, etc. É um hábito.
O que acontece é que, mesmo com hábitos que estão mais do que enraizados, quando andamos com a cabeça noutro sítio, ou a alta velocidade, esses gestos mecânicos podem acontecer, ou não. E o não, foi o que me aconteceu a mim...
No dia depois de fazer anos apanhei um comboio para casa. Cheguei à estação e estava à espera que me fossem buscar. Como estava a chover abriguei-me dentro da estação e junto da bilheteira. Mala, saco, carteira, telefone. Metade no chão, carteira na prateleira da bilheteira. Chegou a minha boleia, fui para casa. Mal chego a casa pergunto "viste a minha carteira?" E quando digo carteira, é a mala. Aquele objeto onde colocamos tudo e mais um par de botas. Incluindo a carteira onde temos o dinheiro e todos os documentos, a agenda, as canetas, o mini estojo de make up, o tefefone, tudinho!
Nada em casa, nada no carro.
Lá vamos nós a caminho da estação novamente.
E nesses longos minutos começamos a pensar em tudo e mais alguma coisa que temos dentro dessa carteira... e o nervoso miudinho começa a passar à frente do nosso optimismo. Começamos a ver aquele baton que nos ofereceram e que apenas usámos uma vez, as nossas canetas favoritas e os documentos... a trabalheira dos documentos!!!!
E como se isso ainda não fosse suficiente... lembramo-nos de uma parte d' O livro do Likke, mais um sobre felicidade, de uma experiência que fizeram em que deixaram 12 carteiras perdidas em várias cidades europeias. As carteiras tinham identificação do dono com contactos nome, etc. A ideia era ver quantas eram devolvidas ao dono. E sabem quantas foram devolvidas em Lisboa!? Uma! Umazinha! E eu que tinha deixado a minha carteira/mala em cima de uma prateleira numa estação de comboios!!!
"Vai estar lá! Vai estar lá! Vai estar lá!"
E estava! Quando cheguei à bilheteira o senhor olha para mim, ri-se e pergunta "de onde é que eu a conheço?". Percebi logo que estava a salvo! E que a minha tinha sido aquela do livro, aquela que foi entregue ao dono! Claro que depois a senhora que me entregou a dita cuja me perguntou como é que eu tinha deixado a minha "vida" para trás. É o que acontece quando temos a cabeça no ar... e não olhamos para trás para ver o que lá ficou!
E agora que penso nisto... constato que somos amigas há mais de metade das nossas vidas.Tempo suficiente para já termos passado por MUITAS coisas! Das melhores às piores, passando pelas miseráveis e pelas viagens na maionese. Devíamos até ter cartão de passageiro frequente nestas últimas. Um destes dias estávamos a falar e a sonhar como seria bom passarmos uma semana de férias num resort num destino com sol, em regime de tudo incluído. Nessa semana a nossa vida seria: comer, beber, dormir, dançar e apanhar sol. Apenas e só isto. E isso não seria melhor do que viagens constantes na maionese? Seria, mas eu não as trocava por nada!!
Parabéns Su!
PS: e querem saber uma curiosidade? Ora espreitem aqui.
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