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Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

L de Livros: Ana Almeida

Sabem aquelas pessoas que conhecemos num contexto totalmente diferente e que percebemos que podíamos ser amigas?! Foi assim que conheci a Ana! E foi isso que aconteceu, ficámos amigas!

Praticamente nunca nos vemos, falamos às vezes mais regularmente, outras vezes, de forma mais espaçada no tempo. Trocamos mensagens sem grandes palavras mas que dizem muito. Muitas delas têm números escritos que dizem: lembrei-me de ti!

A Ana fez comigo aquilo que pouquíssimas pessoas, nas mesmas condições, fariam. E isso diz muito sobre ela!

Trocamos ideias meio loucas, partilhamos experiências, falamos de coisas que vão acontecendo e que achamos que a outra ia gostar de ver ou saber, partilhamos a nossa criatividade. E por tudo isto e mais umas coisas, convidei-a a contar-vos sobre as suas leituras! Enquanto escrevia estas palavras lembrei-me que não lhe contei uma coisa que ela vai gostar de saber. Já lhe vou enviar uma mensagem. Primeiro deixo aqui as respostas dela!

 

O meu livro favorito quando era pequena: talvez o "O pequeno livro dos medos" do Sérgio Godinho. Foi dos primeiros livros onde reconheci emoções e sentimentos que já tinha sentido mas não sabia identificar.

 

Estou ansiosa por ler: os dois últimos volumes da saga A Minha Luta, de Karl Ove Knausgård e o "Despertar os leões" da Ayelet Gundar-Goshen.

 

Um livro que mudou a minha vida: Difícil escolher só um. Não sei se mudou a minha vida, mas abriu um novo mundo, "Pela estrada fora" do Jack Kerouac.

 

O meu livro favorito para dar como presente: "Pensei que o meu era Deus" do Paul Auster. Se gostarem de biografias, “O Meu Último Suspiro” do Luis Buñuel.

 

Uma personagem que eu admiro: Tenho um fascínio pelas personagens do Murakami. Os heróis dos seus livros são sempre anti-heróis. Gostei particularmente de uma personagem secundária, o Oshima, no Kafka à beira mar e do Rato, que aparece em muitos dos seus livros.

 

O que está na minha mesa: "Moby Dick" do Herman Melville e "Delírio" da Laura Restrepo.

 

Organizo a minha estante de acordo com: Apenas junto os livros do mesmo autor.

 

A minha livraria preferida: Gosto da "Flâneur" do Porto, embora atualmente faça mais compras online.

 

Adoro ler porque: Adoro a ansiedade de saber histórias novas, de ter perspetivas novas. Já descobri muitas coisas sobre mim, através da leitura. Mas gosto de ler, porque me dá felicidade.

 

Um livro do qual nunca me vou separar: Não sei porque tenho tanta afeição por este livro, até porque nunca li nada mais desse autor, mas gosto de revisitar o “Naíf super” do Erlend Loe.  A "Insustentável leveza do ser", também foi um marco na minha vida e tenho muitas memórias desse livro.

 

Se não for antes... até 4ª feira!

 

Travessia de São Martinho do Porto - Check!

Tu consegues e a água está boa! Foca-te! Tu consegues! Foca-te! Vamos a isto!

Algas. Ondas. Pessoas. Nada crawl. Nada crawl. Não! E melhor ires de bruços. Onde está a bóia? Raios… está longe. Nunca mais lá chego. Não! Não penses nisso! Está já ali! Está já ali! Porque raio é que eu comi uma omolete?! Mais ondas. Ups! Desculpa aí… não fui contra ti de propósito. Foca-te! Bóia amarela! Isto não está fácil… isto é horrível… Pessoas. Mais pés. Estou a ficar mal disposta ou é dos nervos? Não… estou mesmo a ficar mal disposta. Nada costas pode ser que melhore. Se calhar é melhor levantar o braço e desistir. Mas também… caramba… desistir só porque estou a levar com as ondas… e a ficar mal disposta... Foca-te! Boia amarela! Porque é que eu me meti nisto?! É que ninguém me obrigou… Foca-te! Ainda no outro dia escreveste no blog que “quem manda aqui sou eu!” e agora estás a deixar-te levar só porque estás a nadar contra a corrente? Não! Quem manda aqui és tu! Continua e não oiças essas vozinhas irritantes que te querem fazer desistir. Reza uma Avé Maria, duas, três, as que forem precisas! Muda para o Pai Nosso! E foca-te na boia amarela para não saíres da rota! E os teus avós?! De certeza que estão orgulhosos por isso não vais desistir! O Avô Henrique de certeza que te diria que ele nunca era capaz ou então… também era homem para dizer que já tinha feito isso muitas vezes e que o fazia com uma perna às costas!

Primeira boia amarela! Toma! Já te passei!

Caramba… não era suposto isto agora ser melhor? E onde é que está a segunda boia amarela?! Cãibra no pé esquerdo. Já não me estava a faltar mais nada… pronto, ok, está bem, passou para o pé direito! Pelo menos sempre vai alternando. Mais ondas… quem é que disse que em São Martinho não há ondas? Como disse a M. “isto não está a ser divertido…”. Vá, continua. Onde é que está a outra boia que eu não a vejo!? Ah! Está ali! Também ajudava se os óculos não estivessem todos embaciados. Mas pronto… nada bruços e pelo menos vês os prédios… sempre te orientam. Ai, água quentinha! Que bom!!! Água quentinha! Água quentinha! Eu não digo?! Tenho um Amigo que nunca me deixa ficar mal! Olha um caiaque… se calhar estou a sair da rota. “Onde é que está a boia? AH já vi! Na linha daquele prédio? Ok! Obrigada!”. Continua! Agora vamos fazer 40 braçadas em crawl e depois outras 40 em bruços… a pulseira está a soltar-se! Espera! Vou prender-te no fato de banho! Pronto! Continua em direção à boia amarela! Isto nunca mais acaba e eu já vejo poucos braços no ar… se calhar já sou a última! Paciência! O que importa é chegar ao fim e não desistir! Heróis do Mar, Nobre Povo, Nação Valente e imortal (...)! Será que a pulseira do chip está a soltar-se!? Isso é que não! Caramba! Tenho coisas mais interessantes para fazer com 80 euros do que pagar uma pulseira que me saiu do pé em mar alto! Aperta a pulseira! Mais vale perder tempo do que perder 80 euros! E continua!

Segunda boia amarela!!!!! Bora lá que agora é para chegar ao fim!!!! Siga!!!!

Onde é que andará a H.? E o R.? Nunca mais os vi… os primeiros já devem ter chegado… Já devem estar a começar as provas dos mais pequenos. Mas agora também já só me falta este bocadinho. Será que já passa da meia hora? Deve passar… com tanta pancada ali no início, de certeza que perdi montes de tempo. Pelo menos desta vez consegui ir sempre orientada e não sair da rota! Já foi bom!

Olha! Boias pequenas como as da piscina!!!! Crawl! Nada crawl e sem medos! Estás quase!!! Estás quase!!! Será que já tenho pé!? E quando é que é suposto uma pessoa levantar-se e começar a correr para passar a meta!? Tenta! Levanta-te e vê se já consegues! Boa! Dor no gémeo… dor no gémeo… pronto… nadei 1500m e agora saio coxa… Tenho a pulseira do chip? Tenho!

Areia e chão firme! Conseguiste!!! Conseguiste!!!

 

Depois disto, recebi a minha medalha de participação (ou superação), entreguei o chip e quando olho em frente tinha o meu nome em cartazes, muitos balões vermelhos e cor de rosa e muitas pessoas a aplaudir. Eu conhecia 3 mas só essas três conseguiram mobilizar uma data de gente. Um senhor até já me tratava pelo nome, ele que pensava que aquela claque era para uma miúda pequena… e afinal era para mim, uma miúda com 41 anos! Foi muito divertido! Aí sim! À chegada foi muito divertido! E quando ia para junto da minha família, que sempre acreditou que eu conseguia, mesmo com os seus receios, também tive umas senhoras mais velhas que me deram os parabéns por ter participado.

 

Foi mega desafio. Muito mais do que eu estava à espera. O início não foi bom. Não foi divertido e nem sequer agradável. Para dizer a verdade, o início foi horrível! Comprovei o que já pensava: é a nossa cabeça que manda. Podemos estar fisicamente muito bem mas se nos deixarmos levar pela cabeça e ela decidir ser do contra… estamos tramados! Sempre acreditei que em termos físicos não ia ter problemas e ia aguentar, mas o psicológico é mesmo poderoso. E se tivesse levado o fato não sei se teria acabado, acho que a cabeça era capaz de ganhar e eu teria levantado o braço e desistido. Ou não. Nunca saberei!

Quando ia a nadar pensei que nunca mais me metia numa coisa destas. Uns minutos depois de ter saído, e sabendo o que sei agora, já pensava de forma ligeiramente diferente. Hoje, acho que era capaz de o fazer novamente. Aquele início já não me ia surpreender.

 

Quando acordei estive a pensar em como partilhar a experiência convosco. Ontem, durante o percurso, comecei a “escrever” este post para me distrair. Não está nada como eu o pensei. Logo de manhã veio-me esta música à cabeça. Acho que é a banda sonora mais adequada para vos mostrar como me senti ontem durante os 39 minutos que dediquei a fazer a Travessia de São Martinho. Oiçam e tentem imaginar.

 

 

Uma pessoa treina para tudo, menos para isto!

via

(Escrevi este post deitada na areia da praia. Já voltei de férias, mas o que importa é que ele fique registado antes de Domingo)

 

Durante o ano andei a treinar para a Travessia de São Martinho do Porto. Treinei kms para ganhar resistência, treinei até aos 2000m na piscina para compensar a diferença de fazer 1500m no mar. Aguentei sede, cãibras, cansaço e até fiquei a saber que o Hino Nacional dura 60m. A determinada altura comecei a pensar que em 1500m temos tempo para pensar em muita coisa e antes de começar a pensar “mas porque raio é que eu me meti nisto?!”… O Hino é a única música cuja letra sei totalmente de cor… Eu até fui nadar no rio, lembram-se?!

E chega o dia em que vais comprar o fato e aí é todo um outro campeonato! A primeira vez que o vesti parecia que estava a enfiar-me num colete de forças, de corpo inteiro. Muito pior que um body apertado ou uma cinta das avós! Depois… toda a gente sabe que roupa apertada provoca celulite… eu até a sentia a multiplicar-se nas pernas! Isto ao mesmo tempo que parecia ter entrado para a sauna… só que não! Ah! E num vestiário pequeno… Mas pronto… entre isto e ter frio no mar… isto!

Coragem ganha, vamos lá treinar no mar com o dito do fato. Só de pensar no aperto ao vestir… mas sacrifícios têm de ser feitos. E foi aí que se fez luz! Costumo dizer que a adolescência é uma idade muito parva, mas que todos temos de passar por ela. Quem nunca se deitou em cima da cama para conseguir vestir “aquelas” calças justas ou para apertar “aquele” botão? E foi isso mesmo que eu fiz! Sentei-me na areia e siga – nada de saunas nem banhos turcos e nem foi preciso comer nenhum bife para o conseguir vestir! Tudo no bom caminho! Estava tudo a correr tão bem que até tirei uma foto em Power Pose!

Até entrar dentro de água e começar a nadar… Fio horrível!! E para isto é que eu não treinei…. Primeiro parecia que não sabia nadar. Depois tinha que me puxar a mim e ao peso do fato. E como se isso ainda não fosse suficiente… começou a apertar-me na garganta…

A meio do percurso só me queria despir. Lembrava-me da cena do Sexo e a Cidade em que a Carrie vai experimentar vestidos de noiva e começa a “panicar” sem conseguir respirar e a sentir-se apertada. Assim estava eu. Mas com um fato de surf de 2mm de espessura… sem “panicar” e sem me conseguir despir… não foi divertido!

“E agora?” perguntou-me uma amiga. Agora, fui nadar sem o fato para reduzir a sensação menos boa e vou voltar a nadar com ele para ver se há alguma coisa a melhorar, também nadar com água mais fria para ver como me sinto e no dia da prova decido se nado com ou sem! Não vai ser este fatinho do Demo que me vai fazer desistir!

 

Hoje já dá para ver a temperatura da água do mar no Domingo. São previsões, é verdade, mas a confirmarem-se… acho que vou nadar sem o fato. Depois conto-vos como correu!

 

 

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