O que muda
Nos últimos anos tenho passado a passagem de ano de forma pacata, cumprindo um conjunto de ritos para que o ano chegasse da melhor forma, e com todas as ajudas que eu lhe pudesse dar: casa arrumada, cuidados pessoais todos em dia, dinheiro na carteira, roupa interior desta cor ou da outra, 12 desejos pensados, etc! E os anos não têm sido maus. Uns melhores que outros e alguns desses… a esbarrar no mauzinho mesmo.
Este ano a minha tradição mudou! Em vez de passar o dia 31 num corre-corre, para conseguir tratar de tudo a tempo, decidi que o que realmente importava era eu estar bem-disposta, que a passagem de ano é só uma fração de tempo e que tem o valor que lhe damos. Não deixo de a ver como oportunidade para melhorar mas este ano tirei-lhe dos ombros o peso que habitualmente lhe coloco (ou colocamos) na esperança de que o meu mundo fique melhor.
Passei o dia a aproveitar o sol, a cuidar de mim, sentei-me num banco da Avenida a ver o tempo passar, vi coisas bonitas e ainda tive tempo para preparar o necessário para o jantar. Não deixei a casa num brinquinho, não preparei iguarias para a festa (na verdade a sobremesa que fiz nem ficou boa), não andei a correr de um lado para o outro com os compromissos e preparativos.
E sabem que mais!? Diverti-me como há muito tempo não acontecia! Éramos poucos mas, como se costuma dizer, bons! Jantámos bem e sem excessos, conversámos, cantámos, dançámos, dissemos disparates e estivemos nisto madrugada adentro!
No dia 1, quando acordei, estava praticamente tudo na mesma. Mudou o último algarismo da data e, de alguma forma, mudei eu. Acordei bem-disposta, de bem com a vida e pronta para o que este ano reserva para mim! Se realmente as coisas que fazemos na passagem de ano tiverem influência no decorrer do ano acho que daqui a 358 dias (mais coisa menos coisa) estarei aqui a dizer “que ano BOM que eu tive!!!”.
Na verdade, o que realmente pode mudar somos nós, o resto vem por arrasto!