Faz-te sentir especial?
Vi ontem um vídeo que partia da pergunta “Às vezes sente-se como se não fosse um nadador de verdade?” e a resposta imediata foi “Por vezes sinto.”. De seguida apresentava um conjunto de estatísticas que me iam colocando num grupo super restrito de pessoas. Deixo apenas a última que diz que se eu consigo nadar mais de 1500m isso coloca-me no grupo de 2,3% da humanidade. No final do vídeo a pergunta é: “fazer parte de um grupo de 3% da humanidade faz-te sentir especial?”.
Partilhei o vídeo com algumas pessoas que praticam natação como eu e uma delas perguntou se me fazia sentir especial. Daí surgiu a ideia deste post.
O que é que nos faz sentir “especiais”? Do que precisamos para sentir que estamos num grupo restrito de pessoas que as torna “especiais”? Na verdade… o que é ser “especial”?
Há uns tempos ouvi a Mel Robbins apresentar uma definição de atleta que me deixou mais reconfortada quanto às minhas dificuldades ao nível da prática do exercício físico. Era qualquer coisa como “atleta é alguém que pratica uma determinada modalidade desportiva de forma regular”. Sim, correr uma vez por ano todos os anos é uma forma de regularidade, mas percebem o que ela quer dizer. Para a pessoa ser atleta não precisa de seguir aquele padrão de atleta de alta competição que temos como referência. Aquele que pratica ténis de mesa 2x por semana todas as semanas, é atleta, aquele que se levanta de manhã cedo e vai correr todas as semanas, é atleta. Percebemos a ideia, certo?
E ser “especial”? Será que ser “especial” é fazer coisas fora de série? É ter coisas que poucos conseguem ter? É ter características físicas que nos tornam diferentes?
É verdade que há dias, até semanas, em que não me sinto atleta, quanto mais especial. Há dias em que até nadar é mais um esforço com resultados quase invisíveis. A pessoa bate pernas, dá aos braços e parece que não sai do mesmo lugar. E nesses dias… caracas! Nem atleta e muito menos especial! Depois também há os dias em que a mochila que guarda o equipamento que vais precisar para o treino parece um atrelado cheio de pedregulhos. Como foi hoje o caso… ela não tem culpa mas…
Até que vemos um vídeo como este que te diz que: se sabes nadar fazes parte de 44% da população mundial, se nadas mais que 6x por ano estás no top 15% entre os adultos (que nadam, suponho), se consegues nadar mais do que 1500m estás no grupo de 2,3% da humanidade. Não é de uma pessoa se sentir especial?! Para mim é! E por isso a minha resposta à pergunta da minha amiga foi: “depois de saber isto… um bocadinho. Sobretudo de pensar que aquilo que para mim é básico, ou pouco, para muitos é uma coisa extraordinária”.
Como tudo na vida, é sempre uma questão de perspetiva. E hoje eu opto por me sentir especial! Aliás, especial e privilegiada! Porque eu tenho esta possibilidade, e isso é um privilégio!
E para terminar deixo esta pérola, ou mantra, com o alto patrocínio da Dori, que eu adoro e revejo muitas vezes! 😊