Dias para carregar baterias
Sair da cidade por volta da hora do pôr-do-sol. Passar o rio e logo que possível apanhar a estrada nacional. Começar a notar a mudança da paisagem. Aglomerados de casas, campos verdes, pinheiros, eucaliptos, aglomerados de casas mais pequenas, mais baixas, mais brancas. Sobreiros e campos verdes. Vacas e cegonhas.
Continuar sempre em frente. Quando a vontade apertar, encostar e petiscar qualquer coisa no café central. Há sempre um café central. Voltar à estrada. Ouvir música. Alternar entre a conversa e o silêncio. Chegar ao destino.
Acordar quando apetecer, sem despertador nem pressas. Tomar o pequeno-almoço, tal como acordámos, sem pressas. Comer tudo o que apetecer, só até apetecer e não porque está ali. Saborear aquilo que normalmente não temos tempo para saborear.
Espreguiçar e preguiçar numa cadeira no quintal. Ouvir os pássaros, os burros, as galinhas, as cigarras, se as houver. Ouvir as folhas das árvores. Almoçar. Espreguiçar, preguiçar e dormir a sesta. Ler livros e revistas. Ver o sol a cair outra vez. Cuidar de nós e preparar para o jantar. Jantar sem compromissos e aproveitar tudo o que a gastronomia tem a oferecer.
Acordar quando apetecer e tomar o pequeno-almoço. Preparar o regresso pela estrada nacional e ver novas paisagens. Verde, castanho, branco. Passar pelo meio das aldeias e dizer adeus a quem nos vê passar. Cantar, conversar, estar em silêncio. Deixar o braço dançar por entre o vento. Respirar bem fundo!