Caderno perdido
Um destes dias, enquanto esperava pelo autocarro no regresso a casa, vi um "anúncio" que dizia: "Caderno Perdido". A pessoa pedia, a quem o encontrasse, o favor de lhe ligar para o devolver. Não consegui perceber bem se era um daqueles "cadernos" eletrónicos ou um caderno de capa dura. Mas!!! Era um caderno. Alguém andava à procura dele. E eu percebo bem isso!
Quando depositamos as nossa notas, os nossos anseios, as nossas histórias, num caderno, todo ele deixa de ser apenas um conjunto de folhas agrupadas para passar a ser como uma parte de nós. Uma espécie de disco externo onde depositamos memórias ou que usamos para guardar as memórias que temos medo de perder.
Esta semana voltei a ver um anúncio semelhante, mas desta vez era uma bolsa/estojo que anda perdido. A pessoa que a procura identificou todo o seu conteúdo com detalhe. O que demonstra que, tal como no exemplo de cima, um caderno nunca é só um caderno e uma bolsa nunca é só uma bolsa.
Em ambas as situações senti empatia e solidariedade pelas pessoas que andam à procura destes objetos. Em ambas as situações tentei imaginar como me sentiria se perdesse um dos meus cadernos ou a bolsa onde transporto as minhas canetas. E nem quero imaginar isso! Mas... apesar de todas as reticências na escrita do que se segue... perder lápis e canetas... vá... podemos substituir. Agora... os registos dos nossos dias, das nossas memórias... podemos tentar! Mas nunca será a mesma coisa!
Deixo-vos a sugestão de um episódio de podcast sobre Cadernos. Sim, todo um episódio sobre esse tema! Penso que ainda não o coloquei aqui no blog mas mesmo que seja repetido não faz mal! Cliquem na imagem para poderem ouvir :)
P.S.: Se ainda não sabem... tenho um fraquinho pelos cadernos d'O Beija-Flor