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Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

Sim, o Pai Natal existe!

Em 2019 uma linha de lâmpadas de luz amarela escrevia a palavra "Believe" numa das entradas do conhecido espaço comercial de Nova Iorque.

Em 1897 uma menina de 8 anos escreveu uma carta ao Diretor de um dos maiores jornais daquela cidade e, num tempo em que as fake news não eram um tema, pediu para o Diretor do jornal validar aquilo de que ela tinha a certeza mas no qual muitos já não acreditavam. E a resposta, deliciosa e impactante, transformou-se no editorial mais partilhado em língua inglesa.

Em 2023 ouvi o podcast que me apresentou esta história, que me mostrou o porquê daquela palavra brilhar na entrada do grande espaço comercial e me explicou porque é que alguns dias são como são.

O mundo divide-se em dois grupos: os que acreditam e os que deixaram de acreditar. Antes de se posicionarem, oiçam o podcast. Depois, independentemente da vossa idade, decidam se acreditam ou não. 

E eu faço parte do grupo dos que acreditam!

Querida Virginia

 

PS: Se quiserem ler a carta e e o editorial, aqui estão: https://lettersofnote.com/2009/12/16/yes-virginia-there-is-a-santa-claus/

 

 

Coração aventureiro

Há dias numa conversa surgiu a expressão “coração aventureiro” referindo-se a alguém que queria experimentar coisas, fazer coisas, viajar, não ser acomodado.

Uns dias depois ouvi a Nuria Pérez dizer isto sobre uma amiga: “Todos devíamos ter a sorte de poder contar com pessoas ao nosso lado como a minha amiga Mar que aceita qualquer tipo de plano porque tudo lhe interessa e nada lhe parece demasiado absurdo”. E pareceu-me que esta Mar era uma dessas pessoas com um coração aventureiro.

Nesse dia, o plano das duas amigas era ir ao Parque do Retiro em Madrid, encontrar uma USB num local específico e descarregar os ficheiros que lá estão guardados. Este projeto chama-se Dead Drop e foi criado por Aram Bartholl. Se conseguiram encontrar? Sim. Mas estava estragado. O que fizeram de seguida? Talvez aquilo que fez com que verdadeiramente aquela “aventura” fosse realizada com sucesso: aproveitaram para passear pelo parque.

Quando chegou a casa, a Nuria apercebeu-se que Aram tinha conseguido o que queria: que as pessoas passassem um tempo fora do computador e “conectados” uns com os outros. Para nos conseguirmos conectar com o mundo temos primeiro de caminhar, observar e estar atento ao mundo real. Com estes Dead Drops Aram Bartholl faz isto mesmo, convida-nos a sair de casa e a explorar. A mim convenceu-me… que já mandei mensagem a um amigo para irmos procurar uma dessas USBs.

Só que entretanto ouvi um outro episódio do podcast “Historias de las buenas” sobre uma rapariga que, devido a um problema na retina, ficou cega com 12 anos. Uns anos depois criou uma escola para cegos no Tibete e foi aí que surgiu uma aventura ainda maior – subir o Everest! Corações aventureiros tinham aqueles que decidiram fazê-lo, sem dúvida!

Como num qualquer dia das nossas vidas, surgiram os contratempos. Chegaram a um ponto muito próximo do fim da escalada mas a sua conclusão punha-os em risco de vida. Tiveram de tomar uma decisão e foi nesse ponto do podcast que eu redefini o conceito “coração aventureiro”.

Coração aventureiro é aquele que vai além dos seus limites, é aquele que desafia os seus medos e arrisca. Mas também é aquele que quer fazer do mundo dos outros um mundo melhor. Por outro lado, um coração aventureiro também é aquele que sabe quando parar, quando desistir, aquele que sabe distinguir o limite do orgulho do limite do desafio. Ter um coração aventureiro é ultrapassar os limites da nossa natureza e usufruir de todos os caminhos que percorremos, mais do que das metas que cruzamos.

“A viagem destas crianças lembra-nos que raramente o prémio está na meta, é o caminho que fazemos, e o muito que mudamos ao enfrentá-lo, aquilo que faz com que uma aventura valha realmente a pena.” - diz a Nuria Pérez.

Espero que tenham ficado curiosos por saber mais sobre esta história, da qual só vos contei um resumo. Podem ouvir (em espanhol) aqui: 

Historias de las buenas: Llegar, ¿Para qué?

 

 

L de Livros: Ana P.

via

Setembro de 1996 é a data que marca o início desta amizade! São várias as que tenho desde a mesma data mas só uma delas veio do sul do Alentejo. Mudou de estilo, mudou de terra, não mudou a sua personalidade, nem o seu gosto pelos Pearl Jam. Elegante, divertida, culta, aprendiz da arte do figurado de Estremoz e aquilo a que se chama “mãozinha verde”. Há mais coisas que podia dizer e histórias que podia contar, acreditem que iam divertir-se, mas ela também é tímida e por isso... essas ficam só para nós. Mais do que tudo o que acabei de referir é Amiga! E como diz o Sérgio Godinho “coisa mais preciosa no mundo não há”.

 

Estou a ler: Em transição. Irei iniciar Clarice Lispector, ainda não sei qual, sugestões por aí?

O meu livro favorito quando era pequena: Tive vários, mas sempre me fascinou olhar às estantes dos “crescidos”. Gostava muito do “20 mil léguas submarinas” de Júlio Verne, edição ilustrada…

Estou ansiosa por ler: A Clarice, tenho curiosidade.

Um livro que mudou a minha vida: Viagem ao Mundo da Droga de Charles Duchaussois. A este livro devo agradecer nunca ter tido curiosidade em relação a drogas, apesar de não me ter afastado dos cigarros… infelizmente.

O meu livro favorito para dar como presente: nunca penso no livro mas sim na pessoa a quem quero dar e o que acho que gostaria… mas Jane Austen será sempre um clássico…

Uma personagem que eu admiro: Elizabeth Bennet, Orgulho e Preconceito… uma romântica, humana, profundamente enamorada pela natureza, mas não é perfeita, tem falhas, como todos nós…

O que está na minha mesa: um livro de um autor amigo… Sombras da Raia de Nuno Franco Pires.

Organizo a minha estante de acordo com: por temas e autores, se bem que as diferentes alturas das prateleiras me obrigue a cedências por vezes.

A minha livraria preferida: Tusitala, em Badajoz e Livraria Nazareth, em Évora.

Adoro ler porque: é um mundo paralelo, mas que nos obriga a constantes avaliações das nossas próprias vidas…

Um livro do qual nunca me vou separar: Artesão do Efémero, de Pedro Ferro. É uma coletânea de crónicas deste jornalista, ensaísta, pensador já desaparecido.

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