Em 2019 uma linha de lâmpadas de luz amarela escrevia a palavra "Believe" numa das entradas do conhecido espaço comercial de Nova Iorque.
Em 1897 uma menina de 8 anos escreveu uma carta ao Diretor de um dos maiores jornais daquela cidade e, num tempo em que as fake news não eram um tema, pediu para o Diretor do jornal validar aquilo de que ela tinha a certeza mas no qual muitos já não acreditavam. E a resposta, deliciosa e impactante, transformou-se no editorial mais partilhado em língua inglesa.
Em 2023 ouvi o podcast que me apresentou esta história, que me mostrou o porquê daquela palavra brilhar na entrada do grande espaço comercial e me explicou porque é que alguns dias são como são.
O mundo divide-se em dois grupos: os que acreditam e os que deixaram de acreditar. Antes de se posicionarem, oiçam o podcast. Depois, independentemente da vossa idade, decidam se acreditam ou não.
Há dias numa conversa surgiu a expressão “coração aventureiro” referindo-se a alguém que queria experimentar coisas, fazer coisas, viajar, não ser acomodado.
Uns dias depois ouvi a Nuria Pérez dizer isto sobre uma amiga: “Todos devíamos ter a sorte de poder contar com pessoas ao nosso lado como a minha amiga Mar que aceita qualquer tipo de plano porque tudo lhe interessa e nada lhe parece demasiado absurdo”. E pareceu-me que esta Mar era uma dessas pessoas com um coração aventureiro.
Nesse dia, o plano das duas amigas era ir ao Parque do Retiro em Madrid, encontrar uma USB num local específico e descarregar os ficheiros que lá estão guardados. Este projeto chama-se Dead Drop e foi criado por Aram Bartholl. Se conseguiram encontrar? Sim. Mas estava estragado. O que fizeram de seguida? Talvez aquilo que fez com que verdadeiramente aquela “aventura” fosse realizada com sucesso: aproveitaram para passear pelo parque.
Quando chegou a casa, a Nuria apercebeu-se que Aram tinha conseguido o que queria: que as pessoas passassem um tempo fora do computador e “conectados” uns com os outros. Para nos conseguirmos conectar com o mundo temos primeiro de caminhar, observar e estar atento ao mundo real. Com estes Dead Drops Aram Bartholl faz isto mesmo, convida-nos a sair de casa e a explorar. A mim convenceu-me… que já mandei mensagem a um amigo para irmos procurar uma dessas USBs.
Só que entretanto ouvi um outro episódio do podcast “Historias de las buenas” sobre uma rapariga que, devido a um problema na retina, ficou cega com 12 anos. Uns anos depois criou uma escola para cegos no Tibete e foi aí que surgiu uma aventura ainda maior – subir o Everest! Corações aventureiros tinham aqueles que decidiram fazê-lo, sem dúvida!
Como num qualquer dia das nossas vidas, surgiram os contratempos. Chegaram a um ponto muito próximo do fim da escalada mas a sua conclusão punha-os em risco de vida. Tiveram de tomar uma decisão e foi nesse ponto do podcast que eu redefini o conceito “coração aventureiro”.
Coração aventureiro é aquele que vai além dos seus limites, é aquele que desafia os seus medos e arrisca. Mas também é aquele que quer fazer do mundo dos outros um mundo melhor. Por outro lado, um coração aventureiro também é aquele que sabe quando parar, quando desistir, aquele que sabe distinguir o limite do orgulho do limite do desafio. Ter um coração aventureiro é ultrapassar os limites da nossa natureza e usufruir de todos os caminhos que percorremos, mais do que das metas que cruzamos.
“A viagem destas crianças lembra-nos que raramente o prémio está na meta, é o caminho que fazemos, e o muito que mudamos ao enfrentá-lo, aquilo que faz com que uma aventura valha realmente a pena.” - diz a Nuria Pérez.
Espero que tenham ficado curiosos por saber mais sobre esta história, da qual só vos contei um resumo. Podem ouvir (em espanhol) aqui:
Setembro de 1996 é a data que marca o início desta amizade! São várias as que tenho desde a mesma data mas só uma delas veio do sul do Alentejo. Mudou de estilo, mudou de terra, não mudou a sua personalidade, nem o seu gosto pelos Pearl Jam. Elegante, divertida, culta, aprendiz da arte do figurado de Estremoz e aquilo a que se chama “mãozinha verde”. Há mais coisas que podia dizer e histórias que podia contar, acreditem que iam divertir-se, mas ela também é tímida e por isso... essas ficam só para nós. Mais do que tudo o que acabei de referir é Amiga! E como diz o Sérgio Godinho “coisa mais preciosa no mundo não há”.
Estou a ler: Em transição. Irei iniciar Clarice Lispector, ainda não sei qual, sugestões por aí?
O meu livro favorito quando era pequena: Tive vários, mas sempre me fascinou olhar às estantes dos “crescidos”. Gostava muito do “20 mil léguas submarinas” de Júlio Verne, edição ilustrada…
Estou ansiosa por ler: A Clarice, tenho curiosidade.
Um livro que mudou a minha vida:Viagem ao Mundo da Droga de Charles Duchaussois.A este livro devo agradecer nunca ter tido curiosidade em relação a drogas, apesar de não me ter afastado dos cigarros… infelizmente.
O meu livro favorito para dar como presente: nunca penso no livro mas sim na pessoa a quem quero dar e o que acho que gostaria… mas Jane Austen será sempre um clássico…
Uma personagem que eu admiro: Elizabeth Bennet, Orgulho e Preconceito… uma romântica, humana, profundamente enamorada pela natureza, mas não é perfeita, tem falhas, como todos nós…
O que está na minha mesa: um livro de um autor amigo… Sombras da Raia de Nuno Franco Pires.
Organizo a minha estante de acordo com: por temas e autores, se bem que as diferentes alturas das prateleiras me obrigue a cedências por vezes.
A minha livraria preferida: Tusitala, em Badajoz e Livraria Nazareth, em Évora.
Adoro ler porque: é um mundo paralelo, mas que nos obriga a constantes avaliações das nossas próprias vidas…
Um livro do qual nunca me vou separar: Artesão do Efémero, de Pedro Ferro. É uma coletânea de crónicas deste jornalista, ensaísta, pensador já desaparecido.
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