Uma pessoa anda a passar por um período “desafiante”. Vem no autocarro a ouvir um podcast para ver se se distrai e se a viagem fica menos penosa. Começa a ouvir um episódio sobre livros, outros sobre filmes e… nada... Até que aparece um que pergunta: Conhece as músicas de desenhos animados clássicos? Como se costuma dizer… fala-me a cantar!!!
Começa a ouvir e, embora sejam demasiado rápidos a adivinhar, não faz mal, começa a sorrir! Melhor! Começa a responder aos locutores! Como se estivesse também ela no estúdio a participar no jogo! “Verdes? Cabelos verdes?” E aquela música inconfundível!? E os primeiros acordes daquele outro? A senhora que vai à sua frente, e que viveu a infância num tempo em que não havia desenhos animados, olha para a pessoa e deve pensar “olha-me esta a falar sozinha!”. Mas isso não importa nada! O que importa é que o dia ficou melhor! Muito melhor!
Nem todos entenderão… mas muitos vão entender! E quase que aposto que também não vão resistir a responder. Estejam no autocarro, no trabalho, no meio da rua ou em casa a fazer o jantar!
Um destes dias, enquanto esperava pelo autocarro no regresso a casa, vi um "anúncio" que dizia: "Caderno Perdido". A pessoa pedia, a quem o encontrasse, o favor de lhe ligar para o devolver. Não consegui perceber bem se era um daqueles "cadernos" eletrónicos ou um caderno de capa dura. Mas!!! Era um caderno. Alguém andava à procura dele. E eu percebo bem isso!
Quando depositamos as nossa notas, os nossos anseios, as nossas histórias, num caderno, todo ele deixa de ser apenas um conjunto de folhas agrupadas para passar a ser como uma parte de nós. Uma espécie de disco externo onde depositamos memórias ou que usamos para guardar as memórias que temos medo de perder.
Esta semana voltei a ver um anúncio semelhante, mas desta vez era uma bolsa/estojo que anda perdido. A pessoa que a procura identificou todo o seu conteúdo com detalhe. O que demonstra que, tal como no exemplo de cima, um caderno nunca é só um caderno e uma bolsa nunca é só uma bolsa.
Em ambas as situações senti empatia e solidariedade pelas pessoas que andam à procura destes objetos. Em ambas as situações tentei imaginar como me sentiria se perdesse um dos meus cadernos ou a bolsa onde transporto as minhas canetas. E nem quero imaginar isso! Mas... apesar de todas as reticências na escrita do que se segue... perder lápis e canetas... vá... podemos substituir. Agora... os registos dos nossos dias, das nossas memórias... podemos tentar! Mas nunca será a mesma coisa!
Deixo-vos a sugestão de um episódio de podcast sobre Cadernos. Sim, todo um episódio sobre esse tema! Penso que ainda não o coloquei aqui no blog mas mesmo que seja repetido não faz mal! Cliquem na imagem para poderem ouvir :)
P.S.: Se ainda não sabem... tenho um fraquinho pelos cadernos d'O Beija-Flor
Primeiro "conheci" a Andreia num contexto de trabalho no qual nunca nos vimos. Como o mundo é "muito grande", cruzámo-nos novamente em contexto de outro trabalho e desta vez num formato mais divertido e presencial. Com o tempo fomos ultrapassando essa linha fininha que divide os dois mundos: pessoal e profissional e passámos à qualidade de amigas. Partilhamos muitos gostos e trocamos ideias sobre várias coisas. Ela já me incentivou a correr, mesmo quando eu lhe dizia que isso não era para mim, e foi com esse incentivo que eu consegui correr os primeiros 2kms seguidos! Eu apresento-lhe podcasts para ela poder ouvir a caminho do trabalho. Lê que se farta e lê coisas muito variadas. Há uns tempos falávamos sobre ler em papel ou ler em "digital". Já vão perceber como acabou essa conversa :) Na última vez que fomos jantar falámos sobre a origem deste gosto pelos livros e pela leitura. Realmente nada como hábitos de leitura adquiridos em pequeninos... Também falámos sobre estas perguntas e respostas. Disse-lhe que, apesar de andar a pensar nelas, ainda não tinha nenhuma resposta. Ela, e muito bem, reclamou a justiça de eu o fazer.
Estou a ler: Como Polvo en el Viento, Leonardo Padura
O meu livro favorito quando era pequena: Anna Karenina, Liev Tolstói (e claro, as coleções dos Cinco, Patrícia, Hardy, Gémeas no Colégio de Santa Clara, O Colégio das Quatro Torres, etc.....)
Estou ansiosa por ler: O Mais Belo Fim do Mundo, José Eduardo Agualusa
Um livro que mudou a minha vida: A nível profissional - Primeiro Pergunte Porquê, Simon Sinek e De Bom a Excelente, Jim Collins; a nível pessoal A Luz na Ásia, Edwin Arnold
O meu livro favorito para dar como presente: Tenho três: Antes que o café arrefeça, Toshikazu Kawaguchi; Yoga para pessoas que não estão para fazer Yoga, Geoff Dyer; O Perfume das Flores à Noite, Leila Slimani
Uma personagem que eu admiro: Não consigo nomear nenhuma
O que está na minha mesa: Na mesa tenho Os Anos, Annie Ernaux; Silêncio na Era do Ruído, Erling Kagge; Top Question - Perguntas poderosas dos executivos e coaches em Portugal, Maggie João; Ser Espiritual, Luís Portela. No Kobo tenho Cem Anos de Perdão, João Tordo; Los Abismos, Pilar Quintana; Um Gentleman em Moscovo, Amor Towles; Os Líderes comem por último, Simon Sinek
Organizo a minha estante de acordo com: A estante física está organizada por autores/editoras; A minha estante virtual é a app Skoob 😊
A minha livraria preferida: Recentemente descobri duas que gosto muito: Livraria da Travessa no Príncipe Real e Livraria Martins na Guerra Junqueiro
Adoro ler porque: Os livros transportam-me para outras realidades, culturas e perspetivas. Ajudam a evadir-me do dia-a-dia e enriquecem o meu conhecimento. Desde que me conheço que adoro ler, acho que faz parte de mim!
Um livro do qual nunca me vou separar: Diria antes que não me separo do meu Kobo, onde cabem todos os livros que eu alguma vez poderei ler.