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Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

Edição Limitada

“Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”. Clarice Lispector

Sobre as tradições

Sou defensora da manutenção de tradições. As culturais e as pessoais. Sim, se pensarmos um bocadinho, todos nós temos tradições. São eventos rotineiros, atividades que gostamos de manter em determinadas datas ou simplesmente coisas que gostamos de fazer sem data marcada, mas que são uma tradição para nós. Sou sobretudo defensora da manutenção das tradições quando vejo que as mesmas estão a ser substituídas por outras importadas… enfim. Mas falemos nessas, nas importadas. Porque será que adotamos tantos eventos de outros países e um dos melhores que conheço deixamos passar ao lado? Estou a falar especificamente do Thanksgiving!

Há dois anos tive o privilégio de o viver nos Estados Unidos e, sobretudo, de o sentir! Fui convidada para uma casa que não era a minha e para o meio de uma família que não era minha. E isso não teve qualquer importância! Fui recebida como se estivesse em casa e como se aquelas pessoas me conhecessem desde sempre. Para ser mesmo verdadeira… foi quase melhor que uma noite de Natal! E sem presentes!

Partilhámos a mesa e refletimos sobre tudo aquilo pelo que estávamos agradecidos. Naquele momento, e ainda hoje, eu estava MUITO agradecida pelo facto de estar ali, por aquele ano e por todo o caminho percorrido. Passados estes dois anos… este ano não estarei tão feliz com o caminho de 2021 mas certamente que também tenho coisas a agradecer.

A sugestão de hoje é que pensem nos motivos pelos quais estão agradecidos, nas pessoas que, muitas vezes sem o saberem, contribuíram para isso. Mais, sugiro que registem esses motivos e agradeçam a essas pessoas. Não é preciso grande coisa. Um "obrigada por seres quem és" pode muito bem ser suficiente! 😊

E por hoje é isto!

O Thanksgiving este ano celebra-se amanhã, 25 de novembro. Partilho hoje para poderem pensar um bocadinho e, quem sabe, amanhã iniciarem uma nova tradição!

 

P.S.: Provavelmente não haveria BlackFriday se não houvesse Thanksgiving… just saying!

Livros, filmes e uma música

1. No dia do aniversário de José Saramago almocei com Sir David Attenborough e jantei com Jorge Amado, José Saramago e suas respetivas famílias. Culpa mais uma vez da Patrícia Palumbo e do seu podcast. Coincidência ou não,ouvi no mesmo dia o podcast em que ela fala do livro "Com o mar por meio", uma coletânea de correspondência trocada entre Amado e Saramago e onde efetivamente conseguimos sentir o carinho entre os dois. Entre os dois e respetivas famílias. São mesmo amigos, não apenas conhecidos. Mais! Alimentavam esta amizade via fax! Sim, fax.

2. Há uns tempos vi na Netflix o filme "A última carta de Amor" - acho que era este o título... - uma história da qual me lembrei no prefácio do livro por falarem em organizar correspondência. Claro que a história do filme tem o seu quê de final previsível, mas é bonita. E também tem alguns momentos que nos fazem pensar. E outros que nos lembram das palavras que por vezes ficam por dizer. Um lembrete. Uma campainha. Um respirar fundo, abrir a boca, dizer as primeiras palavras e depois não ter mais por onde escapar. 

3. Ainda sobre filmes. Vi no fim de semana o "Mulherzinhas" na edição mais recente (2019?). Gostei. 2 horas é muito tempo mas valeu a pena. A imagem, a história, o tempo, as "viagens". Pode parecer que não, mas todas estas coisas estão relacionadas. Também dura cerca de 2 horas o filme delicioso que vi ontem. "O maravilhoso jardim de Bella Brown" foi recomendação de uma amiga. Obrigada mais uma vez!

Finalmente, num período demasiadamente longo e desafiante, estas são as coisas que registo na minha lista "these are the days of..." como sugere a Emily P. Freeman.  Podem ser pequenos nadas mas são seguramente melhores que muitos "tudo". O que me faz pensar na ideia de "sucesso" mas isso fica para outro dia. 

Para terminar deixo-vos a música do dia de hoje: 

 

 

"As coisas que entregamos e recebemos do mundo"

1. Uma amiga partilhou ontem a experiência da sua visita ao Convento da Cartuxa. Marcou-a muito. Marcou-me a mim só pelo que ela contou. Enviou um vídeo onde o Superior fala sobre a rotina do Convento. Sim, a clausura mais clausura também tem rotinas. Rígidas e bem definidas. Para além de tudo o que ela partilhou, depois de ver o vídeo o que mais me impressionou não foi a simplicidade, nem a austeridade, nem a tristeza que aquele monge manifestou por terem de sair depois de uma vida. Foi precisamente o seu oposto o que mais me impressionou - a alegria que se sentia na presença dele. Nota-se que é feliz. E isso devia fazer-nos pensar. No vídeo fala em cartas quando reclama com o carteiro o facto dele apenas ter jornais para lhe entregar, parece que já não há cartas, já ninguém escreve. Recebem visitas duas vezes por ano e informação escrita. Sobre esta diz: "podemos escolher o tema e o momento". Da visita da minha amiga fica ainda uma frase "passando do portão deixamos a prisão de fora para viver a liberdade de dentro". Mais uma vez... isso devia fazer-nos pensar.

2. Descobri recentemente um podcast através do Instagram da Anabela Mota Ribeiro. As redes sociais não têm apenas banalidades. Tal como tudo, quando consumidas com moderação podem ser até enriquecedoras. O Peixe Voador da Patrícia Palumbo surgiu durante aqueles tempos em que estivemos fechados em casa. Mais um exemplo de que nem tudo é mau nos piores dos tempos. Num dos primeiros episódios que ouvi dizia ela que gostava que o seu podcast fosse como uma espécie de meditação para quem ouve. Do que fala? Basicamente de música brasileira, autores brasileiros, o dia a dia de quem está fechado em casa. Tudo com uma musicalidade, uma graça e uma voz tranquila. Momento meditativo para mim, sem dúvida. E ao mesmo tempo que é leve na escuta, está carregado de informações e partilhas culturais. O que ouvi hoje teve duas coincidências. Haverá?! No início fala de uma carta escrita por uma amiga enquanto a ouvia fazer o seu programa de rádio, e depois lembra que quando os dias estão difíceis eles não estão difíceis apenas para nós, temos de pensar no coletivo, mesmo na hora da dificuldade. E como esse é um dos desafios da atualidade, pensar no próximo, no coletivo, em melhorar todos os dias e também no que podemos fazer para que "todo o mundo melhore junto com a gente". E mais à frente fala de uma entrevista da Clarice Lispector ao Tom Jobim. Cartas e Livros. As coincidências. Da Cartuxa ontem ficou (entre outras coisas) uma breve reflexão sobre cartas, da estante o livro da Clarice Lispector "Correio para Mulheres".

3. A semana passada, numa conversa de almoço, falava-se das pessoas que lêem nos transportes públicos. Essa espécie rara em vias de extinção. Nessa mesma conversa falei de um senhor e do seu espanto quando fui comprar uma caneta de tinta permanente. Mais ainda quando ele percebeu que efetivamente escrevo com essas canetas. Na verdade, acho que o espanto era mesmo por eu escrever. Por usar caneta e papel. Mal ele sabe que escrevo cartas e postais. E também leio nos transportes públicos, pouco - infelizmente, mas leio.

 

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