28 dias a destralhar - 2ª semana
Na 2ª semana deste desafio #28diasadestralhar voltei a olhar para as revistas com outros olhos. Deixei de comprar revistas como comprava. Mas ainda mantinha umas edições de algumas. Revistas de moda que comprei no Verão e de culinária que fui comprando e que mantinha em casa porque “os olhos também comem”. Mas hoje não quero falar da tralha em si. Hoje quero contar uma coisa que aconteceu com alguma dessa “tralha”.
No meu prédio, no mesmo patamar, as minhas vizinhas tinham um hábito que eu sempre achei muito engraçado. Para além de se encontrarem no fim de semana para pôr a conversa em dia, volta e meia, deixavam o jornal ou uma revista na porta uma da outra. Quando uma acabava de ler, dava à vizinha. Dava, porque uma delas faleceu no final do ano passado.
Desde essa altura que, sempre que passo pelo patamar delas, me lembro que agora já não há essa partilha tão engraçada das fofocas da semana, nem os encontros de patamar para falar sobre os seus assuntos.
Quando juntei as revistas na semana passada, lembrei-me que podiam fazer uma certa companhia à vizinha e deixei-as num saco à porta dela. Deixei também um bilhete a identificar-me, não fosse ela achar aquilo muito estranho.
A minha semana passada foi bastante preenchida e cansativa mas, num desses dias, cheguei a casa e abri a caixa do correio como faço todos os dias na esperança de receber uma carta ou postal. Naquele dia tinha lá um pedaço de papel que tem, para mim, um valor incalculável. Era um agradecimento da vizinha pelas revistas!
Se não tivesse destralhado mais nada, só por isto já teria valido muito a pena!