Tenho andado numa correria diária e nem sempre (para não dizer “nunca”) por motivos daqueles que me deixam mais feliz. De tal maneira que as “ites” voltaram a atacar… e ninguém quer passar o período das Festas doente, embrulhada entre mantas e lenços de papel. As mantas ainda eram como o outro, agora os lenços de papel…
Na impossibilidade de parar já, decidi dar-me uns minutos para registar aquilo de que tenho sentido mais falta nos últimos tempos e para o que quero arranjar tempo.
Chamei a essa lista “parar para…” – já tinham saudades de uma listinha não tinham?
Quem nunca deu por si a sentir-se na rodinha do hamster, numa corrida vigorosa, e sem parar sequer para pensar um minuto que fosse nisso e onde essa corrida levaria? Já agora… essas corridas na roda do hamster raramente levam a bons destinos!
Por isso, dei-me ao luxo de parar e pensar do que tenho saudades de fazer, coisas muito simples e que me deixam mais tranquila e feliz. Para já a lista ainda é curtinha mas… está em aberto!
Sentar-me numa esplanada ou café a ver as horas a passar, sem pressas
Ler livros nas calmas, ler revistas e artigos digitais
Ler blogues e e-mails com coisas giras
Encontrar inspiração para os meus modelitos
Ouvir música de Natal enquanto passeio nas ruas e os outros andam às compras
Pensar na iguaria que quero preparar este Natal (para além dos Sonhos)
Como disse, continua em aberto, mas o que eu quero mesmo é riscar todos os pontos e ter aquela sensação boa de descanso e descontração.
A Anabela Mota Ribeiro publicou ontem no instagram o texto que aqui deixo hoje. Publicou-o com uma imagem linda. Uma amiga, que segue mais de perto o trabalho dela, partilhou comigo essa publicação e disse "Bonito". Não precisamos de muitas palavras nestas situações. Sabemos o que a outra pensa em relação a textos destes. E vão ver como é tão simples, que a sua beleza é fácil de identificar. A minha resposta foi "Também li e achei o mesmo. Isso e que afinal ainda há pessoas boas".
A cada dia que passa é mais fácil pensar no que nós queremos, no que nós precisamos, no que nos facilita a vida. Nós, nós, nós. Tudo gira à nossa volta. Esquecemo-nos muitas vezes, e uns mais que outros, de pensar nos que estão à nossa volta. No que quererão eles, do que precisarão eles, no que lhes facilitará a vida.
Quando o outro passa à nossa frente, no sentido de lhe darmos mais importância a ele do que a nós mesmos, coisas boas acontecem! Não estou a dizer que nos devemos anular, não é isso, estou a dizer que muitas vezes, quando temos um pequeno/grande gesto, e sincero, na direção do outro, estamos a seguir por bons caminhos. Ou pelos caminhos certos. Quanto mais não seja porque hoje são eles, amanhã podemos ser nós.
"Passei os últimos quatro dias a viajar. A viagem que mais gostei de fazer foi entre Vila Real e Braga, de autocarro. O condutor era um homem jovem, com ar patusco. Uma passageira espanhola foi ter com ele, em plena auto-estrada: queria ir para Bragança, estava a caminho de Braga. O condutor desfez-se em diligências para que a "coitada da moça" pudesse voltar atrás o mais rapidamente possível. Fez telefonemas, localizou "um carro" (isto é, uma camioneta) que ia no sentido contrário, fez um desvio curto, esperou /esperámos cinco minutos numa rotunda onde era possível fazer o transbordo. "Hoje é ela, amanhã somos nós." Quando cheguei ao meu destino, dirigi-me a ele. Talvez pensasse que lhe ia pedir contas pelo atraso e começou por pedir desculpa. Respondi: "Não, não, venho só dar-lhe os parabéns e desejar bom ano. Poucas pessoas fariam o que o senhor fez". O altruísmo deste homem enterneceu-me; sendo um pouco piegas, digo tudo: foi um belo presente de Natal. Hoje é ela, amanhã somos nós. Na véspera usei a avioneta que liga Tires a Vila Real numa hora. Depois de pousar em Vila Real, segue para Bragança. Nada a declarar, nenhuma moça espanhola a bordo."
Ouvia no outro dia algures que sabes que é Natal quando começas a ver decorações de Natal nas lojas. Não posso concordar com isso até porque, se assim fosse, este ano era Natal desde o dia 3/10, o primeiro dia em que vi decorações de Natal numa loja numa grande superfície.
Sou cada vez mais a favor de oferecer pouco mas com significado. Oferecer por oferecer não faz sentido para mim. E também sou cada vez mais a favor de oferecer presentes feitos por pessoas que dedicam a sua vida a dar vida a pequenos, ou grandes, objetos e peças. Não sei se se poderá chamar uma nova forma de artesanato, mas é sem dúvida uma nova forma de vida, para uns, e de consumo, para outros.
Os presentes deste ano foram praticamente todos comprados no Mercado de Natal do Campo Pequeno, na sua maioria a pessoas que costumo encontrar noutros mercados ao longo do ano. O que é ainda mais engraçado é que de tão próximas que são essas situações, passamos a ficar também próximos destas pessoas com quem inclusivamente podemos trocar ideias, impressões, dois dedos de conversa.
Vou deixar-vos aqui os links para poderem ver os trabalhos de alguns deles. Espero que gostem, e quem sabe, ainda encontram aquele presente super indicado para aquela pessoa!
Ah! Uma última nota! Eu gosto de visitar os mercadinhos e comprar mas todos eles têm venda online por isso a localização não será um problema :)