Volta e meia digo que gostava de experimentar fazer um retiro de silêncio. E acho que ia conseguir. Durante uma semana. Precisava era de um livro, um caderno e uma caneta. De resto, uma semana acho que conseguia aguentar. Hoje é Domingo. E estou em retiro de silêncio. Não voluntário... estou com uma "ligeira" infeção na garganta o que já me fez regressar à infância uma data de vezes. Quer por não conseguir comer grande coisa (dieta da sopa, da farinha maizena e da maçã assada em teste), quer pela maravilhosa injeção que tive de levar ontem. Já pus em dia alguns episódios de séries que gosto de ver, já consultei redes sociais, já vi filmes, e começo a ficar um bocadinho aborrecida. Não deixa de ser curioso, agora que posso fazer "montes de coisas" porque estou em casa, não me apetece fazer rigorosamente nada do que está na "lista de coisas que quero fazer". E ainda não peguei num livro, nem num caderno, nem numa caneta... mas continuo a achar que era capaz de aguentar a tal semana. E já agora, é incrível a quantidade de apetites que uma pessoa tem quando não consegue comer... dava para um livro de receitas de comidas de conforto
Um dos meus filmes favoritos, se não o favorito, é o "Fabuloso destino de Amélie Poulain". Adoro! E quando comecei a ler esta peça no P3 rapidamente vi umas cenas do filme. Não é a mesma coisa, mas tem algumas semelhanças. E isso só por si era motivo para continuar a ler. Depois chego a uma parte em que dizem "Queria salvar aquelas figuras de um destino num caixote do lixo e partilhar os retratos delas. E se encontrasse aquelas pessoas e lhes oferecesse uma viagem no tempo, às recordações e sonhos de há 50 anos?".
Pronto. Não era preciso mais nada. Tinha que vir aqui falar disto. Trata-se então de um álbum de fotografias tipo passe, tiradas entre Março de 68 e Setembro de 69, no Porto. Resumidamente, o Pau Storch e a Isa Lopes desenvolveram um projeto para tentar encontrar estas mesmas pessoas, fotografadas há décadas, e saber um pouco mais sobre elas. É ou não é uma ideia engraçada?